17 de julho de 2024

Ressignificando objetos, criando artes e transformando espaços

Para muitas pessoas, sucata é sinônimo de lixo, inutilidade, para outros reciclagem que gera renda e outros como Flávio d’Alva Simão, transformar material descartado em obras de arte se tornaram seu projeto de vida. Em seu espaço particular, que denominou de A Aldeia, Flávio criou o seu mini-Inhotim bem perto da Serra do Rola Moça.

Registrados pelo fotógrafo Miguel Aun, as obras de arte de Flávio integradas à paisagem natural do lugar, foram incorporadas nas imagens com uma luminosidade que conflui os elementos criados e a paisagem. Apresentando a panorâmica de algumas obras a partir de uma perspectiva ampla da integração arte-natureza, nota-se como direciona o olhar do leitor para ver as possibilidades de uma peça reciclada em arte integrada à natureza compondo uma ambientação em movimento.

Flávio cria suas peças com um olhar para o lugar em que ela irá habitar, conectando referências musicais, artísticas e culturais bem como estabelecendo com elas um diálogo com a natureza, e que essas obras representem o mesmo movimento que a natureza e se integre a ela.

Um mini-museu de arte a céu aberto, um Inhotim particular que ele criou para que as gerações posteriores pudessem identificar em cada obra, o reflexo das memórias que ele quis criar em forma de esculturas.

As grades de proteção em torno da piscina são todas com artes que remetem aos peixes e demais elementos da vida aquática. As obras dão vida a cada espaço e ressignificam de forma criativa as funções de alguns elementos como as grades de proteção, divisão de espaços e ambientes.

O livro é um verdadeiro catálogo de arte, paisagismo, fotografia e memória dentro da Região Metropolitana de Belo Horizonte, em Casa Branca, fica a Aldeia da Cachoeira das Pedras, uma visita convidativa para uma imersão transformadora, como já dizia o filósofo Lavoisier “nada se cria, tudo de transforma”.

Autor:
Flávio d’Alva Simão nasceu em Belo Horizonte, Minas Gerais. Seu pai, Alberto, era um viajante compulsivo e rodava o mundo. Sua mãe, Olga, era uma pintora e escultora que se beneficiava dessas viagens para imergir no mundo da Arte. A partir do momento em que fez quinze anos, Flávio passou a viajar com os pais, recebendo, assim, a influência direta da veia artística da família. Com Alberto, médico e empresário imobiliário, Flávio administrou uma Agência de Turismo e precisou aprender línguas para atuar como intérprete e guia internacional das excursões de sua empresa Pantour. Essas vivências formaram sua personalidade.

Fotógrafo:
Miguel Aun, nasceu em 21 de maio de 1945 em Belo Horizonte, MG. Formou-se em Engenharia Elétrica pela UFMG em 1970, e tornou-se Mestre em Física Nuclear em 1974. Passou a dedicar-se exclusivamente à fotografia a partir de 1975.Como profissional, atuou principalmente nas áreas publicitária e editorial.
Possui um vasto e diversificado arquivo de imagens, tendo como destaques as fotografias de natureza, o interior de Minas Gerais e a vida simples das pessoas, seus trabalhos e costumes, e as paisagens em que habitam. Possui fotografias nos acervos do Masp (Coleção Pirelli) e do Itaú Cultural.