O homem da areia, de Hoffmann
Um dos maiores escritores da literatura fantástica mundial do século XIX, o alemão Hoffmann escreveu, sem dúvidas, um dos mais emblemáticos contos que já li. Incrível como, em poucas páginas, o autor consegue imprimir discussões cotidianas, filosóficas, psicológicas e psicanalistas com uma profundidade absurda. Na obra, lançada em 1817, o autor apresenta personagens complexos para trazer à tona reflexões sobre o consciente e o inconsciente; algumas dessas abordagens, inclusive, estariam presentes dezenas de anos depois nas definições propostas nos estudos do neurologista e psiquiatra Sigmund Freud. No conto, o ponto de partida é uma experiência vivida por Nathanael ainda quando criança, quando alimentou em sua imaginação a lenda do Homem da Areia, contada todos os dias por sua mãe antes de colocá-lo para dormir. Caso não dormisse, o Homem da Areia viria, o faria dormir e, depois, lhe arrancaria os olhos e levaria para seus filhotes. Esse trauma o acompanha até sua vida adulta, quando em outra cidade afirma ter visto o advogado de sua família que ele acredita ser, desde a infância, o personagem da história contada por sua mãe. Tudo começa a ficar mais aterrorizante/estranho quando ele se apaixona por sua vizinha, uma mulher com olhos sedutores.
_____
DICA: Assista aqui a Resenha feita pelo Canal Livrada!, no youtube.