Sessenta primaveras no inverno
Nova graphic de Aimée de Jongh em parceria com Ingrid Chabbert aborda sobre etarismo e os desafios de lidar com as mudanças e a sexualidade
No dia em que completa 60 anos, Josy se recusa a assoprar as velas do bolo de aniversário. Ela já está de malas prontas. Havia tomado uma decisão: iria deixar o marido e a casa para recuperar a sua liberdade, ganhando a estrada com a velha Kombi. Sua família, inicialmente chocada, não deixará de culpá-la por essa escolha, que todos consideram egoísta.
Nos primeiros dias, Josy irá se manter firme, conhecendo novas amigas, que vivenciam destinos semelhantes e enfrentam a mesma incompreensão social. Mas será isso suficiente para que ela assuma plenamente sua vontade de um recomeço? Talvez, se o amor estiver envolvido…
Nas últimas semanas, um vídeo com três estudantes debochando de uma colega viralizou nas redes sociais e virou pauta dos principais jornais do país. Nas imagens, elas alegam que a aluna, por estar acima dos 40 anos, já deveria estar aposentada e não frequentado a faculdade. O caso ocorreu em uma universidade particular de São Paulo, mas escancara uma realidade que afeta pessoas em todo o mundo.
O etarismo, nome dado às práticas discriminatórias realizadas contra uma pessoa com base em sua idade, tem se mostrado cada vez mais recorrente. Especialmente, em uma sociedade em que nossas habilidades, sonhos e conquistas possuem prazo de validade, e a juventude é supervalorizada. Mas, será que existe idade para recomeçar?
Em Sessenta primaveras no inverno, Aimée de Jongh e Ingrid Chabbert responderam essa pergunta ao lidar com o tabu da mudança de vida e da sexualidade, após os 60 anos, em uma obra surpreendente.
Aimée de Jongh e Ingrid Chabbert criam um retrato sutil, comovente e moderno de uma crise de meia-idade em um road movie que é impossível parar de ler até o final. Uma obra com um surpreendente sopro de liberdade, que se atreve a lidar com o tabu da mudança de vida e da sexualidade.
Aos 60 anos, Josy anuncia ao marido e aos filhos que vai embora. No volante de sua velha kombi, é ela quem dita os rumos de sua vida, após anos sem pensar de verdade em si mesma. É hora de recomeçar, de ser livre. Porém, a decisão de partir não é bem recebida pela família, que pensa que Josy está sendo apenas individualista.
A emancipação feminina ganha outro contorno, poético e moderno, em Sessenta primaveras no inverno. Mais do que quebrar os estigmas impostos pelo etarismo, que afetam pessoas de todos os gêneros, a graphic novel também propõe uma reflexão sobre a forma distinta como a sociedade reage a determinadas atitudes de homens e mulheres.
Por que não uma história de amor?
Redescobertas, novas amigas, hábitos e até mesmo um novo amor. Através de Josy descobrimos não só os desafios que envolvem a decisão de recomeçar a viver após os 40 anos, mas também os prazeres.
O quadrinho desenvolve também um romance inesperado, que quebra tabus e estereótipos, reforçado pela fabulosa arte de Aimée De Jongh.
Sessenta primaveras no inverno é o primeiro quadrinho da parceria entre Aimée De Jongh e Ingrid Chabbert. De Jongh já é conhecida pelos brasileiros, com o elogiado Dias de Areia, enquanto a prolífica Chabbert não possuía títulos voltados a leitores adultos publicados no Brasil, até então. A história de Josy garantiu à dupla a indicação ao prêmio BD Fnac France Inter 2023 e à seleção de “Quadrinhos imperdíveis de 2022” da prestigiada Association des Critiques et journalistes de Bande Dessinée (ACBD).
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