Doze Dias, romance brasileiro premiado em Portugal, ganha edição brasileira
Uma catarse familiar. Assim pode ser definido o romance Doze Dias, de Tiago Feijó, lançado em 2023 pela Editora Penalux, após colecionar prêmios em Portugal: a obra faturou o Prêmio Manuel Teixeira Gomes de Literatura 2021, pela qual ganhou edição portuguesa, e foi finalista do Prêmio Leya do mesmo ano. Por meio da escrita poética, valendo-se de imagens e símbolos, o autor narra o reencontro entre Raul e Antônio, pai e filho que têm uma relação distante e estremecida, a qual precisa se reconfigurar justamente quando a saúde do pai se encontra debilitada. Os doze dias do título simbolizam o período em que ocorre essa catarse.
Este é o terceiro livro de Feijó, que conquistou o prêmio Ideal Clube de Literatura (2014), com o livro de contos Insolitudes, com o qual também venceu o Prêmio Bunkyo de Literatura (2016), como “melhor do ano”. Com seu segundo livro, Diário da casa arruinada, foi finalista do Prêmio São Paulo de Literatura (2018). Em 2021, venceu, pela segunda vez, o Prêmio Cidade de Manaus (2021), na categoria contos, com título a ser publicado em 2023.
Em Doze Dias, o autor constrói uma história que gera reflexões sobre redenção, perdão e a capacidade de aceitar os defeitos dos outros. Segundo o autor, o livro “Também trata sobre a nossa finitude e limitação. Em dezembro de 2015, passei doze dias com meu pai num hospital até o seu falecimento. Essa experiência certamente foi a gênese da história, mas não é um livro autoficcional, visto que me utilizei apenas da ideia temática, o resto é ficção”.
Narrado em terceira pessoa, o romance é guiado por capítulos que descrevem cada um dos doze dias vividos no hospital, em estrutura não linear. Esse “vai-e-vem” no tempo foi uma das experiências pessoais que Feijó viveu com o pai e que foi ressignificada na obra.
Dentre as influências do autor, destacam-se Manuel Bandeira, Raduan Nassar, Adélia Prado, Jorge Luís Borges, António Lobo Antunes, Ruth Guimarães, João Guimarães Rosa, Marcelo Labes e Cristina Judar. Em “Doze Dias”, o autor destaca que o romance tem influência dos livros brasileiros O filho eterno, de Cristóvão Tezza, Lavoura Arcaica, de Raduan Nassar, entre os brasileiros, e Enquanto agonizo, do estadunidense William Faulkner, e Jogo da amarelinha, do argentino Julio Cortázar.
Tiago Feijó é professor e escritor. Formou-se em Letras Clássicas pela Unesp. Venceu o Prêmio Ideal Clube de Literatura (2014). É autor dos livros Insolitudes (7letras, 2015), Diário da casa arruinada (Penalux, 2017), finalista do Prêmio São Paulo de Literatura, e Doze dias (Penalux, 2022). Além disso, tem textos publicados em diversas antologias, revistas e blogs de literatura.
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