Impresso ou digital?
Tenho um Kindle e muitos livros nas estantes. Tenho muitos livros dentro do Kindle, essa estante virtual. Não sei dizer qual suporte amo mais, porque ambos têm o meu carinho. São corpos diferentes, amores diferentes, formas diferentes de ler e sentir o livro - e sobretudo: são vantagens diferentes. Como leio até três livros ao mesmo tempo, o Kindle me ajuda com textos mais dinâmicos, de leitura mais rápida e fluida. Além disso, ele tem uma funcionalidade que me parece genial: os clippings. Tudo o que eu grifo no texto é convertido em uma lista de marcações. No final da leitura, tenho uma espécie de fichamento bem eficiente para consultas futuras.
Evito pensar o mundo por dialéticas, porque há uma possibilidade muito grande de me equivocar. O mesmo funciona para os livros: prefiro pensar os meus objetos de leitura em confluência, em prós & prós, em função das minhas necessidades de leitura. Ambos, livro digital e livro físico, me ajudam no silencioso e longo percurso chamado leitura.
Noutra crônica publicada nesta coluna, comentei sobre a vantagem da privacidade no livro físico. Hoje, contudo, venho defender apenas a leitura, seja em que suporte for. Agora, por exemplo, ando na fase dos audiobooks. Esse suporte me ajuda em leituras longas e que não me exigem tanta atenção visual. Posso "ler" na rua, no transporte público, sem a necessidade de carregar um volume pesado e sem o risco de ser atropelado - ou atropelar alguém - com o meu livro na mão.
Seja como for, trata-se de ler o máximo de tempo possível. Ler é tão urgente e eu sinto muito por não poder dedicar mais tempo ao prazer da leitura. Às vezes dói pensar que vou morrer sem ler tudo o que quero - e espero pelo menos poder viver para ler tudo o que preciso.