Lincoln no limbo, de George Saunders
Vencedor do Man Booker Prize, Lincoln no Limbo se tornou um dos grandes livros que já li. Com uma estrutura narrativa incomum, George insere mais de 150 personagens como narradores, com ênfase em três fantasmas como os principais. Interessante é destacar como o texto é organizado, como se fosse uma peça de teatro, no qual aparece abaixo do que foi falado o nome do narrador ou um trecho histórico.
Aqui, somos inseridos no período histórico da Guerra Civil nos Estados Unidos, ocorrida entre 1861 e 1865. A morte do filho de Abraham Lincoln - o pequeno William Lincoln -, por febre tifóide, o faz mergulhar em tremenda angústia, tristeza e incertezas, ao mesmo tempo em que é preciso tomar decisões históricas importantes sobre o futuro do país. As visitas do presidente ao cemitério onde o filho está enterrado, faz com que os fantasmas, comovidos, busquem um meio para que o William entre em contato com o seu pai.
O revendo Thomas, Bevins e Vollmam são os principais fantasmas que vão narrando sobre a chegada e o período do pequeno Lincoln no limbo (lugar em que muitos acreditam ser um espaço de indecisão dos mortos). No limbo, vários fantasmas de épocas totalmente distintas acham que estão doentes, e esperam acordarem no plano real, aonde jamais poderão retornar. São personagens que esperam o seu destino, já definido, chegar, no qual saberão se estão destinados para o céu ou o para o inferno. Ao chegar o momento, os fantasmas desaparecem num fenômeno chamado de conversão matéria-luz.
É uma obra que traz como discussão o pós-morte, pois os personagens e narradores principais se encontram nesse lugar. Porém, devemos destacar as discussões pertinentes aos que perderam seus familiares, tendo, nesse caso, a figura do antigo presidente norte-americano.
Sem dúvidas é um livro digno de ser lido e apreciado por todos. Não canso de dizer: leia Lincoln no limbo.
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