Escritor mostra versatilidade em micro contos de até 333 caracteres (texto menor que um post do Twitter!) e em histórias inéditas feitas pelo Facebook

Lino de Albergaria, um mineiro com doutorado em Letras e escritor de livros juvenis há 30 anos soube com maestria observar o novo cenário mundial e acompanhar a tendência entre seu público. O alto dos seus 71 anos de vida, as histórias de Lino mostram o frescor com que escreve sobre o hoje e para quem vive no agora. No próximo dia 20 de novembro, a obra inédita A rede da memória (2020) será lançada na Livraria da Rua, às 11h, na Savassi, em Belo Horizonte.

Ganhando também um relançamento, na mesma data, será o livro A vida como ela era (2021). As duas obras foram escritas no período pandêmico, que no Brasil já dura cerca de dois anos com os protocolos de saúde contra a disseminação do coronavírus. Com isso, Lino decidiu “segurar” A rede da memória por mais tempo e lançou apenas, virtualmente em um evento no Youtube, A Vida como ela era, em maio deste ano.

Apesar de terem temáticas diferentes, A rede da memória e A vida como ela era se entrelaçam no modo de ler da contemporaneidade. Ambas são contos curtos de uma vida cotidiana que, em alguns deles, se tivessem sido escritos uma década atrás poderiam até entrar na categoria de ficção científica. Para explicar melhor seguem breves explanações sobre cada livro nas palavras do próprio autor: Lino Albergaria.

A rede da memória (2020) - inédito

“Uma auto ficção são textos que tem que ter no máximo 333 toques só. São 70 contos para celebrar os meus 70 anos, são 70 lembranças. São flashes, textos muitos curtos e fora de ordem. Falo sobre os lugares que já morei, por exemplo na França onde estudei, na minha infância em BH, mas passava férias num sítio do meu pai, ficava num distrito de Raul Soares, que chamava Cornélio Alves e tinha um trilho da estação de trem que passa dentro da propriedade!

Uma das histórias que eu mais gosto chama Lago. É como se o lago fosse a própria memória, mas que pode mudar, se expandir na época de cheia. Depois, na seca retrai e vira até uma praia. E a memória é assim, fluida”.

A vida como ela era (2021) - relançamento

“O livro foi todo feito pelo Facebook, até os meus seguidores escolheram qual seria a a capa. Tem cerca de 10 anos que uso redes sociais, mas era mais para convidar as pessoas para os lançamentos dos meus livros. Começar a publicar meus textos assim (online) foi em plena a pandemia, logo na passagem do ano de 2019 para 2020. Escrevi um texto médio, no tamanho de uma crônica, e resolvi testar. Postei e não divulguei, mas as pessoas começaram a comentar, tive uma reação melhor do que esperava.

As pessoas comentavam que se identificavam com as personagens da primeira história, que era uma pessoa que morava em frente a uma cobertura que a vizinha dava festas. Depois fiz um conto de uma noiva que ia se casar no resort, mas não podia mais por causas da pandemia.

Achei lega ter essa interação mais ágil e saber o que o leitor achou da história. E o texto foi ficando mais cínico, porque eles comentavam que achavam uma pitada do jeito de Nelson Rodrigues. Então, o título do livro foi inspirado numa coluna do Nelson Rodrigues publicava nos anos de 195º, criticando a classe média alta”.

Um pouco mais sobre Lino de Albergaria

Lino é formado em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais, em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais e pós-graduou-se em Editoração pela Universidade Paris XIII (Villetaneuse).

Nos três anos em que viveu na França, estagiou em editoras parisienses (Éditions Lafayette e Bayard Presse) e na Biblioteca Infantil da cidade de Clamart. Pela experiência com os livros para jovens, tornou-se editor na área, ao voltar para o Brasil, no qual atuou em São Paulo (Editoras FTD e Abril Jovem) e no Rio de Janeiro (Editora Rio Gráfica).

Autor Lino de Albergaria.     Foto pór Marcelo Rosa

Retornando a Belo Horizonte, foi editor de literatura nas editoras Lê e Dimensão. Retomou os estudos de literatura, concluindo mestrado e doutorado em Literaturas de Língua Portuguesa pela PUC-Minas. Ocasionalmente, traduz livros franceses para crianças e adapta autores clássicos, como Mark Twain, Camões, Dante e Cervantes. Seus outros romances incluem os títulos Em nome do filho (1993), A Estação das Chuvas (1997), Um bailarino holandês (2015), Os 31 Dias (2015) e agora, A Rede da Memória (2020) e A vida como ela era (2021). Dentro da literatura infanto-juvenil, Lino possui mais de 80 títulos publicados é um dos nomes mais relevantes do gênero em atividade no Brasil.

SERVIÇO – Lançamentos de livros do autor Lino Albergaria

Data: 20 de novembro (sábado)

Local e hora: Livraria da Rua, R. Antônio de Albuquerque, 913, Savassi. Belo Horizonte (MG). Das 11h às 14h.

Lançamento: A rede da memória (2020)

Relançamento: A vida como ela era (2021)

Editora Quixote+Do