17 de fevereiro de 2021

Latinidades Pretas

No dia 29 de janeiro, Dia da Visibilidade Trans, os institutos Feira Preta e Afrolatinas, em parceria com a Fundação Open Society, abriram as inscrições para o edital do Latinidades Pretas , plataforma voltada ao reconhecimento, visibilização e premiação de conteúdos inéditos desenvolvidos por criadoras e criadores negros e indígenas na América Latina e Caribe, que este ano terá foco na comunidade LGBTQIA+. Ao todo, serão repassados R﹩ 100 mil em 100 bolsas de auxílio financeiro para empreendedores que atuam na cultura e economia criativa.

"Esta edição do Latinidades Pretas objetiva gerar renda e dar suporte a empreendedores e empreendedoras negras e indígenas, com foco na diversidade sexual e de gênero, valorizando suas trajetórias e negócios dentro da cadeia produtiva da cultura. É urgente combatermos a marginalização, discriminação e todo tipo de violência contra corpos LGBTQIA+. Queremos reafirmar que estamos comprometidas com essas vidas, com a memória, história e proteção do patrimônio cultural imaterial de suas culturas e com o reconhecimento da contribuição desta população para a sociedade", explica Jaqueline Fernandes, fundadora do Instituto Afrolatinas.

A iniciativa surgiu em meio à emergência da crise sanitária e humanitária global desencadeada pela pandemia da Covid-19, com o intuito de contribuir para a redução dos impactos econômicos. "Em 2020, a primeira etapa do Latinidades Pretas teve entre os seus objetivos criar um espaço para abrigar portfólios de trabalhadoras negras da cultura, registrando a memória de seus feitos e gerando novas oportunidades. O projeto recebeu 1.444 inscrições, de todas as regiões brasileiras e nove países. Ao todo, 69 trabalhadoras da cultura receberam bolsas, e seus trabalhos entregues geraram conteúdos para a plataforma Latinidades Pretas", conta Adriana Barbosa, fundadora do Instituto Feira Preta.

Artes cênicas, visuais e plásticas, audiovisual, música, literatura, moda e gastronomia são algumas das áreas contempladas pelo edital, que também contempla as áreas técnicas, de gestão, comunicação e produção cultural. Ao se inscrever, os interessados terão seus projetos submetidos à seleção e avaliação de uma Comissão coordenada pela equipe do Instituto Afrolatinas, além de dez curadores externos. No total, 100 propostas serão contempladas com bolsas de R﹩ 1.000,00 cada, além de mentoria dentro da metodologia do Afrolab, programa desenvolvido pelo Instituto Feira Preta em parceria com o British Council que promove a capacitação técnica e criativa para empreendedores negros cuja metodologia leva em consideração saberes ancestrais, combinados com aspectos de valorização da cultura afro-diaspórica na América Latina, autoconhecimento, capacidade de gestão e acesso a serviços financeiros e mercados.

Segundo as organizadoras, ao longo do projeto, o Afrolab será aplicado também para instituições e coletivos LGBTQIA+.

A proposta deve ser inédita e poderá ser enviada em diferentes formatos criativos, como música, poesia, crônica, conto, texto, fotos, podcast, croquis, ensaios, performance, oficina, curso, apresentação artística, entre outros.

As inscrições para o Latinidades Pretas vão até 20 de fevereiro e devem ser feitas no site do projeto, www.latinidadespretas.com.br. Com foco na acessibilidade, a iniciativa aceita também candidaturas orais e em libras. A lista de selecionados será divulgada no dia 31 de março, nas redes sociais do projeto.

Serviço
Inscrições para o edital do Latinidades Pretas
De 29 de janeiro de 2021 à 20 de fevereiro às 23h59
Formulário de inscrição e edital completo no site www.latinidadespretas.com.br

Sobre a Feira Preta
Criada pela empreendedora Adriana Barbosa, a Feira Preta é o maior espelho vivo das tendências afro-contemporâneas do mercado e das artes da América Latina, além de ser o espaço ideal para valorizar iniciativas afro-empreendedoras de diversos segmentos.

Sobre o Instituto Afrolatinas
Rede criada a partir da articulação do Festival Latinidades, maior festival de mulheres negras da América Latina, e que se tornou uma associação sediada no Distrito Federal, atuando na formação técnica e política, empreendedorismo, impacto social, geração de renda e empoderamento de mulheres e meninas negras, especialmente nas periferias.

Informações à imprensa:
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