O cronista e sua hora
dobras fartas do manto sono tombam em torno do reino de cronos na quinta estação quando um mês cai décimo terceiro mais-que-agosto como este dia é mais que sexta-feira e a hora mais que sexta e roxa ressoa na flauta de anteontem o repouso de um pântano de roçarem ânsias nos terraços do inverno da suína legião que se precipita entre peixes de milagre e sinos de ironia nos lábios meu desespero é fonte onde as lágrimas boiam sem achar um cálice que as una por isso vou numa escuma de alma à beira da agonia cujos pálidos anjos livros balanças candelabros cavalos crocodilos vomitam tranquilos cogumelos rasgando rotas rumos ao graal repleto de vãos assinalados por lázaros in ut eis faustosamente ilhas repletas de vulcões expelindo neves eternas onde nasce crônica santa e secular como oferenda do devir do dever do ofício ou artifício físsil que vem e vai em vendaval em meu sudário vou subindo meu mago monte de peso aéreo do sino que passa nessa voz multiplicada a partir pelo vento semeando palavras em sonolenta imagem porque nada pode se salvar das batidas dos ponteiros sem um milagre centauro marinho surgindo dentre os trilhos do tempo para enfrentar o tédio cotidiano na praia porto do amor da morte do morto que não morreu de má sorte mas de amor pela morte do quando espalhará em néctar em fonte janela ou talvez verso tão grande a crônica sonho da jusante da maré que entrega tudo sempre ao sopro etéreo do vento amargo lívido salgado túnel pedra tonel sem luva principia e medra e finda troando em turnos de luto e vento no fim do túnel que é o princípio do túnel pedra descida da pedra tonel sem fundo a mão não chega às