27 de setembro de 2016

Os vizinhos

Rapaz ainda novo. Herdou a casa alta dos avós e os pais não chegou a conhecer, salvo comentários de alguns parentes: a mãe morreu no parto e o pai tinha ido embora para o interior. Os avós que o criaram sempre comentam que foi tentar ser agricultor com outra família grande que fez. Nunca lhe provocou falta ou curiosidade.

Tinha medo das mulheres; não que as odiasse, mas temia a superioridade de algumas, principalmente das ruivas. Consertava eletrodomésticos desde que tinha terminado o curso que o avô, relojoeiro, havia financiado para ele. Passava o dia numa oficina apertada com mais dois funcionários. O patrão mal aparecia, a não ser na hora de fechar o caixa. À noite trancava-se na casa grande e bem cuidada, cozinhava macarrão e comia. Acarinhava o rato da índia que ganhara numa gincana na escola da sobrinha Antonieta. Assistia a todas as novelas e depois dormia sem tomar banho. Era assim o dia de Afonso. Inclusive, assim tinha sido sua vida, até chegarem os vizinhos.

O casebre do lado esquerdo estava vazio fazia meses. Era uma edícula que se estendia na largura dos fundos de um terreno comprido. Na frente sobrava um longo caminho cimentado de um lado e o mato que crescia do outro. No meio do mato tentava sobreviver um único pé de pitangas. Dando para a rua, um portão alto de grades, com lanças nas pontas. Da janela alta do quarto, Afonso conseguia adivinhar que a casa era dividida em quatro cômodos, todos com aberturas para o grande quintal. Quando os vizinhos estavam em casa, deixavam sempre a porta da cozinha aberta, de modo que era possível enxergar uma geladeira bege. A casa de Afonso ficava mais para frente, e a janela abria-se praticamente no quintal deles. Qualquer espirro que dessem, parecia ter sido dentro de seu quarto.

Assistia à novela das oito quando chegaram. Primeiro foi ela e a menina. Impossível não perceber, a menina gritava muito e a mãe mais ainda, bronqueando para que ela falasse mais baixo. Depois ficou sabendo que a garota era meio surda e se chamava Melissa. Afonso apagou a luz do quarto, para não ser visto através da veneziana e ficou observando. A mulher lavava o chão, esfregando-o com rodo enrolado num pano. Melissa corria pelo quintal, gritando coisas inteligíveis. Devia ter uns cinco ou seis anos. O mais curioso era que tinha as feições complemente diferentes da mãe, que era ruiva e branca, cheia de sardas. Melissa tinha os cabelos lisos, escorridos mesmo, os olhos puxados e a pele escura. Ficou se perguntando que diabo de raça era aquela. Viu também cães. Uma dúzia deles.

Bem mais tarde da noite, chegou o marido da ruiva. Afonso deduziu que o homem não podia ser pai de Melissa, pois era branco também e tinha os cabelos crespos. Entraram todos dentro da casa, menos os cães, e fecharam a porta. Ainda podia ouvir o arrastar de móveis e objetos caindo no chão. Quando Melissa dormiu, já eram mais de duas da manhã. Foi então que parou de gritar.

 

Em menos de duas semanas com vizinhos novos, Afonso já sentia uma motivação ao voltar para casa. Até então, costumava ficar horas e horas após o expediente, terminando algum serviço. Os colegas iam embora cedo. Todos eles tinham mulher e filhos, alguém esperando a volta deles. Afonso não. Tatoo não liga quando chego tarde. O rato da índia nunca reclamava de nada. E também não fazia o jantar. Mas nos últimos dias, Afonso sentia ansiedade quando se aproximava a hora do fim de expediente. Na última noite, o casal teve uma briga daquelas e ele desejava saber se tinham feito as pazes. O nome da mulher era Sabrina, e o homem chamava-se Germano. Deu para entender também que Sabrina trabalhava como enfermeira, Melissa era filha de outra união e Germano adestrava cães. Estava explicado aquele amontoado de cães no quintal. Germano parecia ser do tipo mulherengo, logo Afonso deduziu. E Sabrina um pouco ingênua, metida a mulher dura, mas que não passava de uma caipira emocionalmente desequilibrada. Via isso claramente nos choros descontrolados em que sempre acabavam as discussões.

Afonso deixou de acompanhar a trama da novela das oito para ficar a par do que acontecia com os novos vizinhos. Muito mais emocionante, principalmente quando xingavam. Se bem que podiam brigar mais cedo. Geralmente as melhores brigas aconteciam quando pegava no sono. Numa noite ele ouviu Sabrina dizer: o que significa esse cheque que você passou na semana passada? Ao que Germano respondeu calmamente: comprei pizza quando você estava na praia com a sua irmã. Pizza! Quantas pizzas? Por esse valor foram no mínimo umas cinquenta, você por acaso está pensando que eu sou idiota?

Sabrina, Sabrina, murmurava Afonso aflito, como você é ingênua. Germano deu uma festa na sua ausência. Ele e o irmão, seu sócio no negócio dos cães. E olhe, Sabrina , tinha uma mulherada que nem te conto...  esse cheque deve ter pago o monte de latas de cerveja que vi seu marido colocando no lixo na manhã seguinte... Germano murmurou alguma coisa que Afonso não conseguiu ouvir. Depois Sabrina quebrou um prato e Melissa começou a chorar. Logo ela gritava: safado! Um dia eu ainda te mato, Germano! Como pode fazer isso comigo? Quando você veio me procurar não tinha onde cair morto, seu sem vergonha vagabundo! Fiz você sentar na minha mesa e te dei um prato de comida porque você tinha fome! Fome! O amor é lindo, pensou Afonso. Um romance que começa com um prato de comida. Não se fazem mais inícios de casos de amor como antigamente. Melissa berrava histérica. Germano, imaginava Afonso, estava quieto em frente à televisão, fingindo que não ligava para os ataques da mulher.

Mas Germano, embora não fosse o verdadeiro pai, demonstrava grande afeto pela menina. Nos finais de semana, Afonso ouvia os dois brincando no grande quintal. Germano puxava um triciclo que Melissa montava de modo muito estabanado. Ria contente e dava gritinhos. Muitas vezes, quando saía para trabalhar, dava de cara com os dois, sentados numa mureta construída na calçada. Melissa vestida em uniforme da escola. Esperavam a perua escolar que a levaria, os dois muito amigos. Sabrina buscava a filha no final da tarde. Quando chegavam era a hora do fim do silêncio no casebre vazio. Germano não fazia questão de praticar políticas de boa vizinhança. Sempre usava uma expressão inimiga e ameaçadora, diferente daquela que usava quando brincava com Melissa no quintal, de garoto descontraído. Se é que cumprimentava Afonso, fazia-o balançando quase que imperceptivelmente a cabeça. Melissa sorria, abanava a mão e ás vezes jogava beijinhos. Afonso, não acostumado a grandes demonstrações de afeto, correspondia de modo desajeitado. Que menina mais esquisita. Também, não era para menos. Presenciando tantas brigas daqueles dois, só podia ficar meio biruta mesmo. Sempre as mesmas razões: mulheres, falta de dinheiro, você não me ama mais. Era o que Sabrina vivia dizendo. Ultimamente ouvia-a jurar que a coisa ia ter um fim. Mulheres. Criaturas muito escandalosas para pouco efeito. A novidade mais recente que Afonso descobriu foi que Germano estava de caso com a cunhada, mulher do irmão, seu sócio que muitas vezes lhe dava conselhos, no quintal: Germano, isso ainda vai acabar mal... Tua mulher não bate bem dos pinos, você sabe... Veja se toma jeito, cara!

 

Naquela tarde, quando se aproximava do portão de casa, viu na calçada o pontinho preto de cabelos escorridos e uniforme de escola. Encostado ao meio fio, um carro com uma mulher dentro, junto com mais três crianças. Estranhou aquela cena. Alguma coisa naquelas pessoas parecia diferente de tudo que tinha visto na vida. Incomodavam e instigavam curiosidade, eram fascinantes.  Sabrina era apaixonadamente explosiva, botaria qualquer heroína de romance no chinelo. Tudo o que dizia soava tragicamente cômico e mesquinho, mas doía. Germano representava o vagabundo imaturo, mulherengo e patético. E aquela menina exótica, cheia de mistérios? Parecia um duende: o rosto expressava uma sombra deformada e pueril e gestos dissimulados. Outro dia tinha até percebido as pequenas orelhas levemente pontiagudas da menina. Nenhuma criança normal tinha orelhas daquele jeito. Ótima mistura de ingredientes para uma comédia de terror bem das americanas. Ou serviria também para enfeitar o jardim. Ficaria perfeita sob a sombra do pequeno pé de pitangas. Afonso, veja lá se não vai se meter em encrenca.

O senhor é o vizinho? – perguntou a mulher aflita. Ele fez que sim com a cabeça, notou que Melissa o reconhecia sorrindo. Tarde demais, não devia sequer ter olhado para eles. Ah, que bom, imagine o senhor que a mãe dela ligou pedindo para trazê-la, porque não ia conseguir chegar a tempo na escola, então viria direto para casa. Mas tocamos a campainha e não tem ninguém aí. Estou aqui esperando faz uns vinte minutos, não posso mais! Afonso levantou as mãos, querendo dizer que mal os conhecia e que não poderia ficar com a menina, mas Melissa abraçou uma de suas pernas, como se o conhecesse há anos. A mulher sorriu satisfeita e aliviada. Nossa, como ela gosta do senhor, não é?  Quando o viu chegando lá de longe, ela falou: olha, o tio Vizinho vem chegando. Uma graça, não? Obrigada, até logo!

Afonso mal viu o carro da mulher indo embora, de tão rápido que foi. Olhou perdido para Melissa. O que faria com aquilo agora? Estou com fome, tio Vizinho... Falava esquisito, com a língua presa entre os dentes, além de não pronunciar direito o “R”. Fome? O que será que duendes costumavam comer? Ração de Tatoo, talvez? E depois, estava receoso de colocá-la para dentro de casa. Era capaz de Sabrina ainda acusá-lo de abusar de crianças. Que enrascada! Seria mais sensato esperar um pouco ali do lado de fora mesmo. Que chateação, estava louco para descansar. Nunca deveria ter dado confiança, sempre ouvira falar que vizinhos não serviam para nada além de cumprimentos à distância. Melissa já puxava Afonso pela mão e o fez sentar-se na mureta da calçada, onde ela todos os dias aguardava a perua escolar com Germano. Depois, viu-a abrir a mochila da escola e tirar coisas e mais coisas dela. Não, Melissa – disse – vai acabar perdendo suas bugigangas... Ela sorria esquisito. Abriu um caderno e mostrou um borrão que estava desenhado nele. Afonso teve que afastar um pouco o rosto, pois Melissa quase enfiava o caderno no seu nariz. Ah, que bonito o seu desenho, tentou. É feio isso aqui! – gritou ela – muito feio. É mamãe dando cabo do Germano, você sabia, tio Vizinho?   Olhe, meu nome é Afonso, combinado? Tá bom, tio Vizinho. Até que ela é engraçadinha, pensou ele quase se divertindo. De onde será que tira essas ideias homicidas? Com a mãe descontrolada, provavelmente. E onde está sua mãe, será, hein? Está dando um jeito no Germano, coitado. Não diga. Melissa remexia o fundo da mochila. Cadernos, lápis de cor, canetas, tudo ia ao chão. Pobre criança, pensou com cara de dó. Como cresceria no meio daqueles dois insanos? Na última noite tinham brigado feio de novo. Ele a chamava de gorda acabada e ela o xingava de narigudo espinhento. Se entendeu bem, o motivo da discussão começou por causa de uma mulher com quem Germano teria flertado, no ponto de ônibus. Pela milésima vez ela ameaçava ir embora. Aquela ameaça de sempre estava já perdendo a graça. E Sabrina dizia, aos berros, provavelmente referendo-se ao pai de Melissa: ele, pelo menos me dava presentes, seu vagabundo! Você, em quase cinco anos, nunca me deu nem uma calcinha! Mas gasta dinheiro com essas à toa que encontra por aí, que eu sei! Verme, verme, verme! Germano, que raras vezes gritava, respondeu descontrolado: você é louca. Só pode ser louca. Sabrina, você não bate bem, precisa se tratar! Mas o pior de tudo foi quando Afonso ouviu Sabrina descobrir o caso do marido com a cunhada. Xi...Tinha achado alguma peça de roupa dela debaixo da cama. Afonso meneou com a cabeça, penalizado. Quantas vezes não tinha visto Germano e a cunhada (uma morena muito bonitinha) trocando carícias disfarçadas debaixo do portão de lanças. Olhavam furtivamente para o lado de dentro, temendo a aproximação de Sabrina, depois trocavam beijos rápidos e emocionantes. A ruiva Sabrina, alheia e inocente, lavava a louça do jantar que havia acabado de servir aos dois traidores. Naquela hora Afonso torcia para que ela os descobrisse, achou uma pouca vergonha a situação. Como pode? Sem falar durante o dia, quando, sozinho, Germano recebia a visita da cunhada e os dois trancavam-se na casa durante várias horas. Certamente foi numa dessas que a moreninha descuidou-se, esquecendo peças íntimas debaixo da cama. Isso não é meu! Gritava ela. Não acredito, Germano, você anda trazendo essas vagabundas para dentro de casa? Não, não posso mais com isso! E então Melissa duende berrou: Olha! É da tia Carol!

Pobre Sabrina. Deve ter sido um choque e, apesar de ela ser ruiva, Afonso sentiu muita pena.

Levou um susto ao perceber que Melissa o encarava, sorrindo daquele jeito que lhe dava arrepios. Os cabelos muito pretos e escorridos estavam presos num rabo de cavalo e, desse jeito, as orelhas pontiagudas acentuavam-se. Vai ser esquisita assim nos infernos! Tio vizinho, vamos entrar, você faz macarrão pra mim? Desculpe, Melissa, meu macarrão acabou ontem. Mamãe tem macarrão em casa. Ótimo, então quando ela chegar, você pede pra ela fazer, certo? Mas ela está em casa, tio Vizinho. Não, não está. Está sim. Vem ver.

A menina se levantou, depois de socar todo o material de escola de volta na mochila. Abriu o portão sem maiores dificuldades. Olhou para ele, esperando. Afonso estranhou, mas sentia-se hipnotizado por aquela situação. Igual a quando assistia a um filme de horror: tapava os olhos com as mãos, mas sempre precisava dar uma espiadinha. Se Sabrina então estava em casa, por que não atendeu a companhia? Sua mãe está aí dentro? Será que está doente? Por isso não atendeu a campainha, foi? Não, eu já contei pra você. Ela estava cuidando do Germano! Acho que agora já terminou.

Isso que dá deixar criança dessa idade ficar vendo televisão até tarde, pensou ele entrando devagar e com medo. Pois toda a casa estava em silêncio. Os milhares de cães haviam sumido e a porta da cozinha estava entreaberta. Que coisa mais sem pé nem cabeça! Estava quase entrando quando percebeu uma sombra vindo da sala. Quase morre ali mesmo de susto. Surgiu a ruiva Sabrina. Aquela mulher estava lhe causando mais terror do que qualquer outra que pudesse encontrar. Podia pelo menos não ser tão ruiva. Os cabelos cor de fogo brilhavam, desalinhados. Nada expressava no rosto, a não ser cansaço. Não, não era uma gorda acabada. Estava até que bonita, assim mais de perto. Abraçou a filha, só então pareceu se dar conta do que se passava ao redor. Já terminou, mãe? O tio Vizinho pode fazer macarrão pra mim? Sabrina pousou levemente o dedo indicador nos lábios de Melissa, doce pedido de silêncio. Depois olhou para Afonso e só disse: obrigada, ela não vai mais incomodar o senhor. Não, incômodo nenhum. Esticou de leve o pescoço para ver se conseguia achar qualquer coisa de anormal, mas tudo estava em ordem. Quase pergunta pelo marido, mas achou inconveniente. Deu mais uma olhada rápida e descobriu uma mala grande de viagem. Vai viajar? Diante da total inexpressividade dos olhos de Sabrina, gaguejou, tentando justificar o modo indiscreto e ansioso que usou ao fazer a pergunta: Bem, quero dizer, pergunto porque é sempre bom os vizinhos se ajudarem a cuidar da casa, sabe como é, tantos assaltos, não que esteja querendo me intrometer ... Estou me separando de meu marido – respondeu ela sem nenhuma emoção. Eu e minha filha vamos embora. Até logo e obrigada por ter tomado conta de Melissa.

Ah, não há de quê. Sinto muito. Espero que tudo dê certo. Eu também espero. Tchau, tio Vizinho – terminou a pequena duende abanando as minúsculas mãos com aquele sorriso horroroso estampado naquele rosto de outro planeta. Como é que pode uma criança ser tão esquisita desse jeito?

Afonso voltou para casa com a sensação de que perdera alguma parte muito importante da novela. Que gente mais estranha, essa aí... Tomou um banho rápido, alimentou o rato da índia com a ração que daria a Melissa, caso a mãe demorasse mesmo a aparecer. Não aguentou meia hora: subiu para o quarto e olhou pelas frestas da veneziana. Nenhum cachorro, silêncio completo. Melissa não gritava. Portas não se batiam. Numa certa hora o irmão sócio veio procurar por ele. Entrou, ficou durante vários minutos. Afonso desligou a televisão, apagou a luz, fez de tudo para ver se conseguia ouvir qualquer sussurro que fosse. Logo só viu o rapaz indo embora. Saiu sozinho, cabisbaixo e palitando os dentes. Germano não aparecia. Mesmo tarde da noite, não o ouviu chegar, como era de costume.  E nunca mais o viu, desde então.

Dois dias depois de completo silêncio, ouviu quando um rapaz colocava a nova placa de “aluga-se” no portão. Em poucos dias mudou-se um casal de velhinhos simpáticos. Sem crianças e sem cães. Carregavam apenas uma gaiola com um casal de periquitos. Bem, pelo menos vou dormir mais cedo de agora em diante, pensou ele tentando afugentar as saudades dos antigos vizinhos.

Ainda pensou intrigado, durante uns tempos. Repassava as atitudes da ruiva, as palavras sem nexo de Melissa. O sumiço do narigudo espinhento. Nem veio buscar as coisas. Como é que uma pessoa desaparece assim, no meio de nada? Afonso, deixe de ser tão iludido. O que aconteceu foi somente a separação de um casal. Coisa muito comum. Ah, que sem graça. Nem chegaram a se pegar a tapas, depois de tanta bagunça e pratos quebrados.

Depois de alguns dias, já amenizada tanta curiosidade, descascou uma banana e foi comer espiando pela veneziana da janela. Ainda sentia saudades daquela gente, nunca tinha conhecido vizinhos tão interessantes.

Fixou o olhar no pé de pitangas, que parecia ter crescido e começava a dar frutos.

 

Denise Sintani é bacharel em Letras e mestre em literatura brasileira pela Universidade de São Paulo. Professora de língua portuguesa e literatura brasileira há quinze anos no Ensino Médio, tem um livro de contos publicado pela Editora Multifoco (2014) – Cartas de Zi – e mais quatro pelo Grupo Amazon.