23 de março de 2015

Um Bandeira apaixonado

Pernas trêmulas, calafrios na barriga... Quem é que nunca sentiu o coração arder e unnamedperdeu uma noite de sono sonhando acordado, sorrindo ou chorando comovido? Em Teadorar (Global Editora, 56 páginas, R$ 31), o poeta de Pasárgada nos presenteia com 20 poemas sobre o amor. Acompanhados pelos traços certeiros de Orlando Pedroso, os textos apresentam os impulsos da paixão que surgem para dizer que estamos vivos.

Em um de seus poemas, Bandeira celebrou ter inventado um novo verbo: teadorar. Nesta obra apaixonada, graças à sua ousadia e simplicidade, vemos Bandeira preenchendo tudo aquilo que parece comum em nosso dia a dia com tons de fantasia, elemento essencial para que todos desenvolvam sua capacidade criativa e o gosto pela leitura.

Apaixone-se!

 

“Mandaste a sombra de um beijo

Na brancura de um papel:

Tremi de susto e desejo,

Beijei chorando o papel.”

  

Sobre o autor: Manuel Bandeira nasceu em 1886, em Recife. É amplamente considerado, seja pelo público, seja pelos numerosos estudiosos de sua obra, como um dos maiores poetas da língua portuguesa, tendo se destacado também como cronista, professor, tradutor, ensaísta, crítico de literatura e de artes plásticas. Estreou em 1917 com A cinza das horas, seguido de dezenas de outros livros essenciais de nosso panorama poético, tais como Carnaval, Libertinagem, Estrela da manhã, Belo belo, Opus 10, Mafuá do malungo e Estrela da tarde. Bandeira residiu a maior parte de sua vida no Rio de Janeiro, onde lecionou literatura no Colégio Pedro II e, posteriormente, na Faculdade Nacional de Filosofia. Amigo de vários participantes da Semana de Arte Moderna de 1922, principalmente de Mário de Andrade e Ribeiro Couto, manteve com alguns deles uma vasta correspondência que, como seu livro de memórias Itinerário de Pasárgada, é fonte indispensável para o aprendizado da poesia e da história de nossa literatura. Em 1940, foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras.