Por LiteraturaBr
21 de outubro de 2014
A poesia de Joana Alencastro
OURIVES
Quem já foi dono de tesouro
quanto mais toca em latão
mais reconhece o que é de ouro.
*
PASSATEMPO
Permita-me a errata
Nós não matamos o tempo
É o tempo que nos mata.
*
DESEJO
Seu desejo é uma ordem
Meu desejo é uma desordem
Meus olhos assopram
E minhas palavras mordem.
*
FORTALEZA
Tu ergues em tua face indecifrável
Portentosa e impenetrável fortaleza
Teu olhar, muralha inquebrantável
A resguardar tua delicadeza
Abre os portões, escancara em teu semblante
Essa alma que suplica liberdade
Não tardes mais, que o efêmero instante
É a nossa única eternidade.
por Joana Alencastro