19 de agosto de 2014

4 poemas de Raniel Henrique

Nada

Expectativa leal e desleal falta tanto e não falta nada, olha e nada se vê.
Nada se vê,
Nada de novo em serem novas, histórias novas,
Atrasos e acasos tudo é culpa e propósito,
Nada em vão,
Não é novo já ficaram velhos, cadê os novos de novo,

Esses já foram ficaram velhos de novo.

*

Alucinações
Aquela saudade que batia como uma simpatia numa incessante melodia,
a ansiedade batia na porta do meu peito no delírio do meu leito aquele aperto,
no relampejo daquela noite escura,

seduzia e reluziam os meus olhos negros alucinados.

*

Cada canto

Em cada canto um tanto,
No entanto cada espanto
Não sinto não ouço, respiro
E não vejo quaisquer infelicidades,
Sem regras, sem réguas
Nem tortas nem retas, sem respeito

Ao peito que deito no eito, no leito.

*

A cor da alma

O fogo ardendo em chamas
Queima a robusta madeira
Na lareira, e no véu da fumaça
Sobe a sua alma,
E nas sobras de suas cinzas
Aos poucos no chão vão caindo,
Pois se vão
Como em um rito,
E fazendo juz então ao seu dito:
"Do pó viste, ao pó voltarás."