Uma aventura no sonho, de Leo Cunha, com ilustrações de Martina Schreiner, é um livro que mostra a mudança de idades que uma criança pode vir a sofrer. E tudo se inicia no sonho, que é o local preciso onde tudo deve acontecer primeiramente.

Isabela é uma menina “Alta demais pra sua idade. Magra demais pras minissaias. Olhos arregalados, nariz arrebitado, boca meio esquisita” que não era “nem bem criança nem moça”, ela se via como uma menina que não tinha “uma gota de graça”. Mas o que Isabela não sabia era que sua beleza estava presente em si desde o primeiro momento em que pode perceber o mundo pela primeira vez.

O livro começa nos contando que Isabela não gostava de sonhos, mas isso era antes do livro começar. E ao começar a ter sonhos e ter percepção sobre o que acontecia no mundo dos sonhos e na realidade ela não quis mais sonhar. Talvez o autor queira dizer às crianças que não é possível viver sem sonhos, e aos adultos que lerem o livro que não se deve perder nunca a beleza que é sonhar.

Assim, durante sua jornada, Isabela quer deixar de sonhar, pois só consegue ver espelhos em seus sonhos, isso era tudo o que ela via. Mas será que sonhar com espelhos seria tão ruim assim? O narrador da história nos conta que o ruim para Isabela era ela se ver refletida, pois ela se achava feia e desengonçada. E por isso acordava chorando, pedindo para que aquilo acabasse.

Até que certa noite, resolveu “chamar o sonho pra dança, chamou pra uma conversa”. O sonho, de início não quis papo, mas Isabela o convenceu a conversar pois o sonho era dela e ninguém havia mandado ele a incomodar. O sonho, então, pergunta a Isabela se ela quer conhecer um sonho bom, ela pensa fundo e diz que não custava nada arriscar.

E assim o livro continua, para que Isabela possa ter sonhos bons ela terá que enfrentar três desafios, o sonho maroto irá acompanha-la, mas nada dirá. Enfrentarão o Bruxo Fotógrafo, as Poças Refletoras e uma Casa Abandonada, mas que não estava lá assim essas coisas todas sem ninguém.

Isabela vence os desafios e começa a entender que os seus sonhos agora não são mais de criança que não entendia o mundo, mas são sonhos de menina em que é possível ter várias aventuras e não temer mais se ver como menina, entendendo que ela não é feia ou desengonçada, mas que, aos poucos, ocorrem mudanças na vida que são benéficas para todos nós.