A poesia clama por espaço no Sarau do Porto
Entre conversas e poemas recitados, uma música tocada e cantada por Luciana Costa fazia sorrir os que por lá estavam, sentados, calmamente, esperando as performances de Reginal Figueiredo e de Josy Maria, que fumando um cigarro e afirmando com seu cordel que todos, não apenas os homens “comemos na palma de sua mão”, mão esta de mulher, mas que poderia ser a mão da poesia, que invade os corações e arrepia todo o corpo arrefecido de frases rimadas ou não.
Aos poucos, Talles Azigon, responsável pelo evento chamou as palavras selvagens de Madjer de Souza Pontes para na penumbra da noite trazer o lume poético que entortava ouvidos e pescoços para entender o que se dizia na noite calma, mas não fria.
Poderá haver quem diga que eram poucas as pessoas que lá estavam, cerca de 60 ou 40, pouco importa, e que saraus são chatos; mas o que pode ser percebido, ontem, é que são vários os que querem falar para o mundo a sua poética, compartilhar a sua catarse. Com o palco aberto, alguns poetas foram surgindo para declamar os seus poemas, sendo eles melancólicos ou com palavras chulas que não machucavam algures, mas que faziam sorrir quase todos.
O Sarau do Porto pode ser um espaço que tem tudo para continuar vivo dentro de um espaço público que tem em seu nome a palavra Artes, mas que foi necessário completar 1 ano de vida para que a Literatura surgisse em si. Esperemos pela segunda edição, agora, que acontecerá dia 20 de agosto, na próxima quarta-feira, e que possamos aproveitar e convidar a todas as pessoas, de todas as idades, a estarem presentes no que deveria ser permanente.