Um índio & 1500, Porto Seguro
Um índio
(Tempo presente)
Olha, um índio!
Gritava a criança, deslumbrada com o exotismo da cena, apontando o índio todo pintado de azul e vermelho com coque típico na cabeça sentado e conversando com um senhor de idade num banco de tábua rústica exposta à venda na feira da Torre de Brasília.
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1500, Porto Seguro
Olha, um índio!
Alarmava o capitão da Armada de Cabral, Nicolau Coelho, diante da visão do bravio, que se aproximava da costa, sem roupa, meio avermelhado, arco e seta nas mãos. Ao que tudo indicava, era o dono daquelas terras, pelo menos até aquela data.
Iberê, que estava ali junto dos seus, ficou assombrado com o quadro enorme que seus olhos tênues mal conseguiam encerrar - casas gigantescas de madeira, de onde suspendia um pano grande com tinta vermelha, que flutuavam sobre as águas trazendo aqueles homens pálidos com pelo denso no rosto vestindo roupas pesadas e estranhas. Inclinou a cabeça lateralmente com o olhar arrebatado para o homem branco. Pensou se esse seria o deus sol Maíra que chegaria sobre as ondas do mar, do qual há tempos profetizava o pajé Apuã...
por Jeovane Cazer